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Marcelo Amorim – repórter
As palavras revelam “novos mundos” virtuais, “metaverso”, inteligência artificial, realidade aumentada. Paralelamente, temos a chegada da rede de comunicação móvel 5g e a Web 3.0. Universos do mundo digital que revolucionarão o modo de se relacionar e trabalhar num futuro próximo.
As boas novas vêm dos principais polos de tecnologia do mundo, encaminhados por profissionais e pesquisadores de países como Coréia do Sul, Índia, China, Japão, entre outros, além do conhecido Vale do Silício, em Massasuchetts, nos Estados Unidos, onde estão gigantes do setor de tecnologia.
Nesse renovado cenário, descentralização é palavra-chave. A tecnologia deve servir a todos. É soma de conhecimentos, que se expande desses polos mundo afora e chega a localidades do interior de Alagoas. O que une esse trajeto é o empreendedorismo de profissionais de várias áreas, capitaneados por uma startup, a Phi Criativo, uma plataforma de realidade aumentada, que surge diante desses acontecimentos transformadores a partir da cidade de Arapiraca, na região Agreste do estado.
A ideia e ação para criação dessa nova experiência do mundo virtual partiu de Antônio Albério Carvalho, um homem cinquentenário, artista plástico por vocação e paixão, mas, antes de tudo, empreendedor. Sua visão de mundo vem por cadeiras de cursos como arquitetura, agronomia e direito, administração e geografia. Não concluiu nenhum, mas arrematou conhecimento unido à própria sensibilidade, partiu para inovar e avançar com outros empreendedores dispostos ao conhecimento e ao crescimento econômico e profissional.
Entre os tantos conhecimentos adquiridos por Carvalho, ele considera como fundamental, em meados de 2008, ter participado do reconhecido Empretec, “principal programa de formação de empreendedores no mundo, um seminário intensivo criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), promovido em 40 países e exclusivo do Sebrae no Brasil”.
Com sua startup, Albério Carvalho traz ao mercado uma plataforma de realidade aumentada, que tem “o propósito de possibilitar interatividade e imersão, que leve o usuário de passivo para ativo, participando efetivamente da informação disponibilizada.” Nestes dois anos de execução do projeto/empresa, a Phi Criativo acaba segue em dois processos de seleção em editais da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas e da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
À medida que a Phi Criativo se consolida, seu movimento faz surgir uma teia formada por diversos profissionais prestadores de serviços, numa onda de crescimento profissional e econômico e à geração de emprego. É gente produzindo para crescer com inovação e o uso da tecnologia.
A partir de seu ateliê de arte, arquitetura, urbanismo e realidade aumentada, onde a start está instalada, Albério se soma às capacidades das arquitetas Rosângela Carvalho e Júlia Cavalcante e ao engenheiro civil Jonh Daylisson, nas criações de produtos para esse mundo virtual, através de maquetes de imóveis, personagens em três dimensões, avatars.
Nessa ciranda, que mostra como o empreendedorismo é caminho ao desenvolvimento, o filho mais velho do empreendedor, Isaac Carvalho, formou-se em engenharia mecatrônica recentemente e já se inicia na contribuição ao negócio do pai, com participação na arquitetura e interatividade na plataforma PHI Criativo. Tirar foto, movimentos de avatars, definir dimensões para interatividades dos usuários estão entre as atribuições do jovem profissional.
Na equipe somada à startup alagoana tem ainda Eduardo Gomes, engenheiro de ciências da computação que atuou como programador da Phi Criativo. Natural e residente no município agrestino de Feira Grande, seu talento e conhecimento na área de tecnologia é notável. Sua busca pelo conhecimento e avanço profissional o levou a disputar estágio na gigante americana de tecnologia Google. Aprovado, cumpriu a missão com louvor.
Como resultado, agora, está como contratado da empresa, para atuar como programador no escritório da companhia, na cidade de Belo Horizonte (MG). O caminho se abre com possibilidades de chegada até o ponto central da Google, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Sim, no famoso Vale do Silício. Nessa história de criação, é conhecimento por toda parte. A Phi Criativo soma uma história que parte do regional alagoano para o universal.
Um novo mundo
Diante destes avanços tecnológicos com rede 5g, realidade aumentada, o que podemos esperar, o que vem pela frente ou mesmo já está em execução entre nós? A partir de sua startup, Albério usa a arquitetura para mostrar as transformações já em uso.
“Primeiro haviam os desenhos no papel, depois passamos para maquetes físicas para melhor compreensão dos produtos. Na sequência, iniciamos a digitalização e agora chegamos ao 3D [três dimensões]. Diante dessa tecnologia, o cliente pode passear pela casa antes mesmo dela começar a ser construída. Traz mais compreensão de onde o dinheiro é investido. A cada avanço, mais próximo você fica de levar ao seu cliente uma visão virtual do real, do que ainda se está em construção”, cita.
Na arte, acrescenta, a realidade aumentada traz novas imagens através da obra, traz novos argumentos, inovação. Ele mesmo utiliza esta tecnologia em suas obras, como fez durante recente lançamento de sua plataforma Phi Criativo (Veja vídeo abaixo), em seu ateliê de arte, arquitetura, urbanismo e realidade aumentada, na sua cidade natal, Arapiraca.
Na Phi Criativo, que pode ser baixada gratuitamente para os sistemas android e ios, presentes em praticamente todos os equipamentos móveis, computadores e tablets, os usuários podem viver experiências em plataformas como a Ada, onde há obras de artistas alagoanos e na +Arch com produtos voltados à arquitetura e mercado imobiliário.
Dentro do sistema de empresas ligadas a tecnologia, a PHI Criativo seria uma “B2B2C”, ou seja, que vende diretamente para outras empresas e para clientes, neste último caso, distribui gratuitamente para o público. As empresas divulgam seus produtos e ações e o conteúdo da plataforma é disponibilizado sem custos ao usuário. As empresas de tecnologia podem ser B2B (business to business), ou seja, “empresa que vende para empresa”; B2C, “empresa para consumidor” ou as duas juntas como é o caso da startup alagoana.
Realidade aumentada
Pelo mundo virtual com realidade aumentada, reforça o empreendedor, haverá um novo espaço, personagens, avatars de cada pessoa ou representação, empresa, que em tempo real podem estar reunidos coletivamente. Podem viver em sociedade. Um local onde se compra tudo, a começar pela sua casa, suas roupas, suas viagens, suas obras de arte, enfim, o que se faz no mundo real, só que, no metaverso, tudo é virtual.
“Dizem, uma nova experiência de consumidores jovens que já nasceram inseridos na tecnologia e que, acreditam, vão fazer parte deste novo contexto naturalmente, por ter outra forma de consumir produtos. Mas tudo alinhado, claro, ao mundo real, que vive dilema de constante transformação, apesar de pessoas que insistem em caminhar para trás ou parar no caminho”, ressalta Albério.
Neste novo horizonte, devemos ver a realidade aumentada sem comparações com as conhecidas plataforma de “lives”, bastante utilizadas nestes tempos de pandemia e de trabalhos remotos, nas quais várias pessoas podem participar ao mesmo tempo. “Neste novo mundo chamado metaverso, há personagens e espaços criados virtualmente, onde cada participante vai se sentir dentro dele”, antecipa Carvalho.
Mas, para isso é preciso de um meio. Seria o computador, o celular? Sim, porém, vai parecer absurdo se dizer que estes aparelhos podem ficar ultrapassados. Entenda, não há de se negar a importância e o uso desses equipamentos, mas, com a internet 3.0 e rede 5g, há no mercado óculos de Realidade Virtual (VR) cada vez mais avançados, por exemplo, que se transformam em telas com informações, usos diferenciados.
No mercado, há VRs com preços que variam de R$ 400,00, mais simples, a outros profissionais que custam mais de R$ 50 mil. Os modelos são cada vez mais inovadores. E, neste “novo mundo virtual”, tudo o que for produzido pelo usuário, pode ficar armazenado na chamada “nuvem”. Seus arquivos podem ser guardados em provedores fornecidos por empresas, que cuidam da parte física desse negócio. No doméstico, pode ser o fim dos HDS (hard disk) ou mesmo os mais rápidos e melhores SSDs (Solid-State Drive) de armazenamento.
Outra novidade, atesta Albério Carvalho, é que todo esse avanço vem seguido com mais segurança aos usuários, a partir de novas redes como as chamadas blockchains, já utilizadas nesse sistema de criptomoedas, que são descentralizadas e que permitirão experiências mais pessoais, individuais ao gosto de cada consumidor com uso da inteligência artificial. Estamos diante de um turbilhão de acontecimentos e inovações próprios da tecnologia. É preciso estar preparado. Informação e conhecimento dessa nova realidade mostram-se fundamentais.
E, em Alagoas, há gente pronta para enfrentar os novos desafios, empreender e crescer.