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‘Ipseidade’: fotógrafa alagoana lança exposição sobre aquilo que nos torna únicos

Por assessoria

Cada gota do mar é única. Em conjunto, elas formam essa imensidão que conhecemos. Tanto em sua profundidade, como em sua superfície.

E é neste ponto mais perto, por fora, nas ondas que chegam até nós, que a fotógrafa alagoana Madu Valentino se atreve a nadar de braçada. Cada encontro seu conosco forma espumas, camadas que podem se ouvir quando se dissolvem. E ela capta o momento exato.

Para comprovar o resultado disso, Madu está lançando a exposição “Ipseidade”, apresentando nove artistas do Agreste alagoano.

A expo tem entrada franca e será realizada nesta quinta-feira (22) e sexta (23), no Pub Treze, bar alternativo localizado na Praça Santa Cruz, no bairro Alto do Cruzeiro, em Arapiraca — logo acima do Memorial da Mulher Ceci Cunha —, sempre a partir das 20h.

Natural de Arapiraca, a jovem de 21 anos fez fotografias que vão além do registro: elas mostram sua imersão junto aos seus convidados e convidadas, personas a posar, interagindo com a lente de modo verdadeiro, elas próprias se expondo.

A proposta é que, a partir das imagens em p&b, os expectadores(as) também mergulhem em suas lagoas e mares internos e escutem atentamente a essas suaves/intensas ondas que não formam meras palavras, a mostrar aquilo que nos torna únicos(as), ainda que estejamos todos(as) inseridos(as) neste mesmo pálido ponto azul no meio do escuro. Que sejamos faróis.

Obra da fotógrafa alagoana Madu Valentino que integra a exposição Ipseidade

Confira a entrevista ping pong com Madu Valentino:

Essa é sua primeira exposição?
Anteriormente, supervisionei e auxiliei uma. Foram 19 obras de alunos que formei pelo Pronatec, mas autoral mesmo, a “Ipseidade” é a primeira.

Por que é importante espaços como o Pub Treze para esse tipo de arte se manifestar?
Porque portas fechadas já temos de sobra. Precisamos ocupar espaços alternativos e acessíveis. Acredito que, só assim, o cenário alagoano tem chance de evoluir, fazendo e consumindo arte local e em lugares que todos acessem.

Exposição fotográfica artística é algo raro por aqui. A que se deve isso?
Primeiro, devido à falta de público. Se é comum reclamar da falta [de exposições], consumir dessa arte é mais difícil. E segundo, se dá pelos profissionais da fotografia em Arapiraca se voltarem mais ao aspecto comercial. Então, o olhar crítico e conceitual fica de lado.

Como surgiu a ideia de fazer esta expo? Há quanto tempo vem maturando?
Surgiu há pouco mais de um ano, ao observar muito das inseguranças e o que tornava o artista um artista. Foi um laboratório, desde conversar com amigos e amigas até pesquisar a fundo os vários porquês de o artista temer, criar e viver.

Como foi a escolha de cada persona para cada palavra usada?
Acredito muito no poder da inspiração e cada artista que compõe “Ipseidade” são pessoas que incrivelmente me inspiram, da arte à vida. Acredito que isso tem poder e me levou a cada escolha milimetricamente pensada.

Você também é atriz. De que modo isso interfere/converge para seu trabalho como artista visual? O que estás querendo contar, no final?
Converge no entendimento do poder das expressões e dessa ferramenta tão importante que é o corpo; no entendimento de que nós, artistas, somos puro caos e poesia. Meu olhar se tornou aguçado ao fato de que “todo movimento é uma forma de sentimento”, com a percepção de tornar uma obra a nossa verdade. Eu quero contar histórias, falar verdades, debater sobre o que doí — até que não nos doa mais. É fazer com que todos e todas apareçam e deixemos de falar que Arapiraca não tem artistas, não tem arte, não tem HISTÓRIA. Nós seremos a história.

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